10 de jul. de 2010

Violência contra as mulheres

Oi Pessoal, quanto tempo, né?

Pois é, andei meio atrapalhada com minha vida...agora as coisas estão se enfileirando e fica mais fácil de resolvê-las quando estão em fila indiana...rssss

O principal objetivo deste blog é de descrever situações divertidas e engraçadas do cotidiano, todavia, hoje não consigo me abster de escrever algumas linhas sobre a violência praticada contra a mulher. As mais recentes: a advogada de São Paulo - Mércia Nakashima - e a vítima de Bruno, goleiro do flamengo - Eliza Samudio.

Li hoje - 10/07/2010 - no jornal o globo, que Eliza pediu proteção à justiça, negada pela juíza titular do 3º juizado de violência doméstica Sra. Ana Paula Delduque Miguieis Lavida de Freitas.

Infelizmente, essa negativa da justiça corroborou para a sentença de morte de Eliza.

Claro, não tive acesso aos autos; claro, o que sabemos do caso vem através da mídia; claro, a investigação policial já sabe quem são os envolvidos no crime...claro...

Já ouvi um pouco de tudo: a vítima era oportunista; o filho não é do goleiro; ela queria pensão de R$10.000,00; a camisinha estourou; ele é casado; ela era amante...parece que nós, "seres humanos" precisamos de justificar a morte cruel a que foi submetida a vítima, como se ela "merecesse" tal destino, como se ela tivesse dado causa às torturas sofridas antes do golpe final.

Essa moça foi morta e deixou um filho de 4 meses!!
Essa moça foi morta sem ter afetuado nenhum ato atentatório à integridade física do goleiro.
Essa moça foi morta para parar de incomodar.
Essa moça foi morta só pelo fato de existir.

Não consigo deixar de me perguntar todos os dias "Que mundo é esse?" "O que estamos fazendo aqui?" "Onde está a justiça dos homens de boa-fé?"

Advoguei durante 12 anos e na maioria das vezes só vi injustiça!
Trabalhei no TJ e só vi injustiça!

Observei durante todos esses anos que os operadores do direito se esqueceram que aquele conjunto de papéis - que chamamos de processo - referem-se a pessoas, com nome e sobrenome, seres humanos iguais àqueles que julgarão seus assuntos.

Me lembro quando comecei a fazer faculdade de direito e de como me apaixonei por ele. Tive um mentor, amigo, apaixonado pelo direito que acabou me contagiando. Ele foi o primeiro a me dizer que eu era inteligente e que merecia fazer alguma coisa melhor.

Pude ouvi-lo e acreditar nele.

Ponho minha mão no fogo por esse amigo, sem medo de queimá-la, pois ele exerce seu ofício com lisura, honradez e seriedade.

Imagino que o mundo seria melhor se tivéssemos homens e profissionais iguais ou pelo menos semelhantes a ele.

Não quero mais advogar, não quero mais fazer parte desta hipocrisia, quero exercer meu ofício com a mesma lisura, honradez e honestidade, como faz meu amigo...Digo sempre a ele "quando crescer, quero ser igual a você".

Me pergunto quantas mulheres, crianças, excluídos, ainda serão vítimas dessa (in)justiça! Me arrepio só de pensar; me dá medo só de pensar!

Um comentário:

  1. Eu concordo amiga!!Chega!Excelente texto. Não sabemos o contexto, mas se uma mulher ou melhor qq pessoa pede proteção, deve ser protegida. E é simples assim!bj

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